Quem pensa em ter um piso de madeira em casa, sempre tem dúvidas sobre o  tipo mais adequado, o modo de instalar ou fazer a manutenção. Leia as  perguntas e as respostas abaixo e descubra qual é a melhor escolha para o  seu projeto.
de pintá-lo de branco?
A pintura com tinta epóxi é possível, mas o resultado deixa a desejar,  principalmente nas espécies de tom escuro. "A tinta não resiste em  locais de alto tráfego, como salas, e dará ao piso uma aparência  riscada", explica a arquiteta Viviane Pinho, do Rio de Janeiro. O  processo de clareamento indicado para madeiras ocorre da seguinte forma:  raspam-se as tábuas com uma máquina para retirar o verniz antigo.  Depois, vem a raspagem manual com lixa. Aplica-se então uma camada de  ácido, que desbotará a madeira (os moradores não devem estar presentes,  pois as substâncias utilizadas exalam forte odor). Dá para repetir essa  fase mais duas ou três vezes para potencializar o efeito - porém, quanto  mais ácido, maior o desgaste da peça, que perde em espessura e dureza. O  ipê, por exemplo, aceita até três demãos, diferentemente da  peroba-do-campo, que recebe no máximo duas aplicações sem comprometer  sua resistência. De qualquer forma, a cor final nunca será branca, e sim  um tom mais claro de madeira. Após o clareamento, espere cerca de  quatro dias antes de passar a resina seladora. Esse serviço custa, em  média, R$ 35 o m².
Em primeiro lugar, avalie se a ideia vale a pena. Para instalar um novo  material sobre tábuas ou tacos, eles devem estar bem fixos, calafetados e  com a superfície lisa, ou seja, semi-restaurados. "Nessas condições, a  madeira pode ser recuperada apenas com raspagem e aplicação de verniz,  ou ainda mudar de aspecto com pátina e pinturas especiais", pondera o  arquiteto Gilberto Belleza, de São Paulo. Essas medidas evitam duas  grandes desvantagens da sobreposição de um novo revestimento: o  desnivelamento da cozinha em relação aos outros ambientes da casa, que  pode chegar a 2 cm, e o corte de batentes e esquadrias. Se, mesmo assim,  você se decidir pela reforma, Gilberto sugere a colocação de um piso  laminado (Formica e Durafloor fabricam produtos assim). Esses modelos  têm instalação simples: sobre o piso antigo, dispõe-se uma manta de  isolamento acústico e, em seguida, o novo revestimento. Outra opção é  passar uma argamassa especial e aplicar o material desejado (cerâmica,  porcelanato) com cola própria, trabalho que deve ficar a cargo de  mão-de-obra especializada. Na limpeza diária, utilize apenas pano úmido  para evitar infiltrações. 
resistente ao tráfego de pessoas?
Composto de lâminas de madeira natural e uma base de compensado, o  carpete de madeira risca com facilidade e não suporta alto tráfego.  "Esse piso não tem resistência adequada ao desgaste por abrasão e não  conta com uma norma técnica brasileira", confirma Takashi Yojo,  pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São  Paulo (IPT). Por isso, para áreas movimentadas, mesmo numa residência,  prefira laminado. Feita de chapas de fibra de madeira prensadas,  resinadas e revestidas de papel decorativo ou overlay, essa opção tem  padrões de alta resistência à abrasão e a impactos. "A Associação  Brasileira de Normas Técnicas [ABNT] possui normas que classificam os  revestimentos de pisos laminados melanímicos para uso doméstico e  comercial, cada qual com níveis de tráfego baixo, médio e alto", fala o  pesquisador. Isso facilita a escolha do tipo mais adequado ao seu caso. O  padrão da foto (Eucafloor Rustic carvalho córdoba, da Eucatex) tem  garantia de 16 anos em áreas de baixo tráfego e de cinco em locais  sujeitos a alto movimento de pessoas. 
Antes de tomar a decisão de encobri-los, lembre-se: "Tacos antigos são  uma joia e agregam valor ao imóvel", alerta a arquiteta Scheila Ferlin,  de São Paulo, defensora do reaproveitamento de pisos de madeira natural.  "Chame uma empresa de pisos para verificar se há peças soltas, umidade,  cupim e fazer os reparos necessários, o lixamento para nivelar a  superfície e a aplicação de protetores, como Bona ou Byp Clean",  aconselha. Esse trabalho todo vai custar, em média, R$ 150 o m². Se a  intenção for mesmo esconder tudo, opte por um laminado (como Durafloor e  Eucafloor). De colocação fácil e rápida, custa entre R$ 55 e R$ 100 o  m² instalado e pode ser sobreposto aos tacos, desde que estes estejam  nivelados. 
A aplicação de vernizes, seladores ou resinas específicas para dar  acabamento à madeira, como os produtos das marcas Synteko, Bona,  PPG-Renner, Sayerlack e Heliocolor, consiste num processo de  impermeabilização da face externa do piso. "Mas o mais importante é  cuidar do contrapiso, porque é através dele que a madeira pode entrar em  contato com a umidade do solo", afirma Saly Takeshita, assessora  técnica da Associação Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira  (ANPM). O engenheiro Winter Erik de Oliveira, responsável pela  elaboração do Manual de Instalação para Pisos de Madeira (que será  lançado em breve pela ANPM), explica que a impermeabilização do  contrapiso ocorre durante sua execução, por meio do adicionamento de  produtos cimentícios impermeabilizantes à argamassa. Outra alternativa é  a manta asfáltica, aplicada entre o contrapiso e o revestimento. "De  qualquer forma, é importante respeitar a cura do contrapiso antes de  instalar as réguas de madeira", afirma a arquiteta Magda Marconi. "Se a  madeira estiver em andar térreo, esse cuidado é obrigatório", alerta o  engenheiro Winter. 
O problema pode ter sido causado pela ação do tempo, como exposição ao  sol e à umidade, ou por má colocação do piso. "Peças desniveladas ou  juntas muito espessas aumentam o risco de fissuras no acabamento",  explica Gina Soares, da Aplicadora Pontual. As massas para calafetar  mais comuns são as acrílicas F12 ou P51, facilmente encontradas em lojas  de material de construção (o galão de 3,6 litros custa em média R$ 30).  "Mas o procedimento deve ser feito por mão-de-obra especializada,  porque requer lixadeiras, treinamento para instalação e aplicação da  resina", alerta Gina. O custo desse serviço, que inclui raspagem,  calafetação e aplicação de novo acabamento sobre a madeira, varia de R$  30 a R$ 40 o m², em São Paulo. "Para o acabamento, recomendamos resinas à  base de água, que têm maior flexibilidade e resistência ao calor, o que  diminui a ocorrência de trincas na película", diz Rodrigo Tosi, da  Aplicadora Master. Produtos que cumprem esses requisitos são Bona,  fabricada pela empresa de mesmo nome, e Synteko Vitta.
de madeira?   
Em áreas externas, expostas às intempéries, o arquiteto paulista Flavio  Castro prefere fazer o acabamento das pisadas com pedra, cimento  queimado ou granilite, embora considere possível utilizar a madeira.  "Nesse caso, a fixação acontece com parafusos inoxidáveis", conta.  Escolha uma espécie naturalmente durável, como cumaru, garapeira ou  jatobá, observando a espessura de 3,5 cm para degraus de até 95 cm de  largura e 4,5 cm para larguras maiores. Para proteção, aplique verniz  marítimo ou resina acrílica hidrofugante de acordo com a orientação do  fabricante.
A ocorrência de cupins no bambu é rara. "Geralmente surgem brocas,  parecidas com besourinhos pretos", descreve Luiz Portella, sócio-diretor  da Bambuzal & Cia, de Petrópolis, RJ. A prevenção contra essas  pragas tem que ocorrer bem antes da instalação ou mesmo da fabricação do  piso - o bambu usado para a confecção das lâminas finas que dão origem  às tábuas passa por um tratamento químico. Nele, o material cozinha num  caldeirão por uma hora e meia para suas fibras absorverem o veneno.  "Esse cuidado dá garantia de até dez anos contra o ataque de insetos.  Tenha certeza de que isso foi feito antes de comprar o produto", diz. Se  a broca já apareceu, o jeito é injetar, com seringa comum, uma mistura  de inseticida (80%) com querosene (20%) em todos os furos das tábuas.  "Esse procedimento precisa ser repetido a cada ano", prevê Luiz.
A questão passa pela estética e pelo custo, já que a técnica de  instalação é a mesma. Segundo Saly Takeshita, assessora da Associação  Nacional dos Produtores de Pisos de Madeira, de Piracicaba, SP, embora a  maioria das pessoas prefira o sentido longitudinal (alinhado com as  paredes), os arranjos diagonais podem dar a ilusão de maior amplitude  aos ambientes e disfarçar possíveis faltas de esquadro em construções  mais antigas. No entanto, essa escolha afeta o rendimento da madeira,  porque haverá muitos cortes diagonais nas extremidades das tábuas. Como  se trata de um material de custo alto, considere essa perda antes de  tomar a decisão definitiva.