Galpão antigo vira um oásis: para criar um lugar em que os filhos tivessem espaço livre para brincar, o designer Paulo Alves transformou um galpão em uma casa com direito a horta e fogão a lenha. Liberdade tem sido uma palavra cada vez mais importante para o arquiteto e designer Paulo Alves. Essa busca vem da infância, quando podia andar solto pelas ruas de Jardinópolis, interior de São Paulo. Encorajado por essa memória, deixou um apartamento de 42 m² e encarou a reforma do galpão ao lado de sua marcenaria, no centro da capital paulista. “Pensei nos meninos. Não queria que crescessem confinados”, diz Paulo, pai de José, Inácio e João, com idades entre 3 e 11 anos, que brincam pela casa com os filhos da atual namorada do designer. A construção de 255 m² nasceu aproveitando o esqueleto do imóvel abandonado. “Aluguei o galpão anexo com o intuito de ampliar a marcenaria. Mas, no meio do caminho, me ocorreu: por que não morar aqui?” Uma das razões: ele percebeu que era possível fazer uma reforma bacana e econômica. A outra, menos racional, veio quando assistia a um filme do Batman com os filhos. “Numa das cenas, o personagem entra em um contêiner e, lá dentro, há uma casa incrível. Pensei: é isso.”
Um rosa vibrante da Coral (ref. 02RR 35/376*) colore as paredes externas da casa do arquiteto e designer, cujos ambientes se distribuem em diferentes níveis, cercados por terraços. No interior, acabamentos rústicos e madeiras de demolição trazem o aconchego. (*Antes de comprar a tinta, confira o tom no catálogo do fabricante.)
Desenhada por Paulo Alves, a mesa de jantar Eclipse, de paricá de reflorestamento e laminado, fica voltada para o terraço central da casa, fechado por um janelão de vidro temperado, comprado em um depósito de demolição. As cadeiras Girafa são um clássico de Lina Bo Bardi. Cortina da Leroy Merlin.
Na sala de estar, a parede que prende a rede faz divisa com o escritório. Acabamentos rústicos, como o cimento queimado do piso, contrastam com as obras coloridas de amigos, como o relevo de Leda Catunda, pendurado acima da estante, de compensado de paricá de reflorestamento.
Placas de OSB e pilares de peroba descartados na reforma do telhado compõem o mezanino. “É onde as crianças dormem. Acomodo meus filhos e também os de minha namorada em colchões extras”, diz o arquiteto Paulo Alves. Solução simples e de efeito, a parede de tijolos descascados revela sua beleza original.
A escada que desce da sala leva ao quarto do arquiteto, aberto para um terraço com helicônias. Uma chapa de compensado faz as vezes de cabeceira.
O corredor do banheiro foi ocupado por armários. Colcha e cortina de brim da Vicunha (MN Tecidos) executadas pela Interiores Confecções.
Na reforma, o corredor de 2,50 x 5,60 m de comprimento, entre a sala e a área externa, virou a cozinha, com armários de MDF laminado feitos na marcenaria do próprio designer. O piso é de cimento queimado. No teto dessa área, foi possível manter a estrutura de peroba original do telhado, protegida por um novo forro de compensado de tapume, bem barato. “Transformar o resto em algo novo tem a ver com meu ofício”, diz Paulo.
Com paredão amarelo e plantas em vasos, o quintal é ao mesmo tempo a entrada da casa.
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